Plano de saúde negou durvalumabe (Imfinzi®)? Veja o passo a passo para garantir seu tratamento.
- Débora Carmo
- 22 de ago.
- 5 min de leitura

Para muitos pacientes, especialmente aqueles em tratamento para câncer de pulmão, o durvalumabe (Imfinzi®) representa um avanço crucial. Frequentemente indicado como uma terapia de consolidação após sessões de quimioterapia e radioterapia, ele atua para impedir a progressão da doença, oferecendo uma nova e robusta janela de esperança.
Passar por um tratamento primário tão intenso e, ao chegar nesse momento decisivo, ser confrontado com uma negativa de cobertura do plano de saúde é profundamente desolador.
Gera uma sensação de abandono e incerteza que agrava um período já tão delicado.
Se você está nessa situação, é fundamental que não desanime. A recusa do plano de saúde, embora comum, é, na vasta maioria dos casos, uma conduta ilegal e abusiva. Existe um caminho jurídico claro e eficiente para assegurar seu direito a este tratamento vital.
Este guia foi elaborado para te orientar, explicando o que é o durvalumabe, os motivos por trás das negativas e, o mais importante, o que você deve fazer para garantir o acesso ao seu medicamento.
O que é e para que serve o durvalumabe (Imfinzi®)?
O durvalumabe é um medicamento de ponta da classe das imunoterapias. Assim como outras drogas desta família, seu objetivo é despertar o sistema imunológico do próprio paciente para que ele combata o câncer.
Ele funciona como um inibidor da proteína PD-L1, que é utilizada por muitas células tumorais como um "disfarce" para não serem atacadas pelas células de defesa do corpo. Ao bloquear essa proteína, o Imfinzi® retira o disfarce do tumor, expondo-o e permitindo que o sistema imune o destrua.
O durvalumabe (Imfinzi®) é aprovado pela agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA) e se destaca principalmente no tratamento de:
Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células (CPNPC) de estágio III, não ressecável, em pacientes cuja doença não progrediu após quimio e radioterapia. (A chamada terapia de consolidação).
Câncer de Pulmão de Pequenas Células (CPPC) em estágio avançado.
Câncer de Vias Biliares em estágio avançado ou metastático.
Sua indicação, especialmente no cenário do câncer de pulmão, mudou o paradigma de tratamento e aumentou significativamente as taxas de sobrevida.
Por que os planos de saúde insistem em negar a cobertura?
As operadoras se apegam a justificativas que, na prática, não se sustentam perante a lei e o poder judiciário. É importante que você as conheça.
1. "O tratamento não está previsto no rol da ANS"
Essa é a alegação mais frequente. O plano afirma que não é obrigado a custear o Imfinzi® porque o tratamento para a sua condição específica não está na lista da agência nacional de saúde suplementar (ANS).
Por que essa justificativa é inválida?
A lei 14.454/2022 pacificou o entendimento de que o rol da ANS é exemplificativo. Ele dita o mínimo, não o teto da cobertura. Se o medicamento tem registro na ANVISA (como o durvalumabe tem) e foi prescrito por seu médico como o mais adequado, a cobertura é obrigatória.
2. Alegação de uso "off-label" (fora da bula)
O plano pode recusar o custeio caso a indicação do médico seja para uma situação ainda não incluída na bula oficial do medicamento.
Por que essa justificativa é inválida?
A decisão sobre qual terapia seguir pertence ao médico que acompanha o paciente, não aos auditores do plano de saúde. Se a indicação tem respaldo em evidências científicas, a recusa é considerada abusiva pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e demais tribunais.
3. Argumento de tratamento experimental
Outra tática é classificar o tratamento como experimental para se isentar da obrigação de cobertura.
Por que essa justificativa é inválida?
É uma alegação falsa. O durvalumabe é um fármaco aprovado pela ANVISA, o que significa que já passou por extensas pesquisas que comprovaram sua segurança e eficácia. Não se trata de um experimento.
4. O alto custo (a motivação real)
No fundo, a recusa é uma decisão puramente financeira. O alto valor do Imfinzi® leva as operadoras a criarem barreiras para a sua liberação. Contudo, o custo do tratamento não é um argumento legalmente válido para negar cobertura a um procedimento essencial para a saúde.
O custo do tratamento e a responsabilidade do plano
O tratamento com durvalumabe (Imfinzi®) tem um custo extremamente elevado. Cada aplicação pode variar entre R$ 25.000,00 e R$ 40.000,00.
Considerando a duração do tratamento, que pode se estender por um ano ou mais, o valor total pode ultrapassar R$ 500.000,00. É um montante que inviabiliza o custeio particular para a quase totalidade dos brasileiros, o que torna a cobertura pelo plano de saúde um direito fundamental.
A negativa é ilegal: como a justiça pode garantir seu tratamento
Sim, a recusa do plano em fornecer o durvalumabe é, na imensa maioria dos casos, ilegal. O direito à vida e à saúde, protegidos pela constituição e pelo código de defesa do consumidor, se sobrepõem às cláusulas contratuais que limitam o tratamento.
A ferramenta jurídica mais ágil e eficaz para reverter essa situação é a ação judicial com pedido de liminar.
A liminar é uma decisão provisória e rápida que o juiz concede no início do processo. Ao constatar a urgência do seu caso (o risco de a doença progredir) e a abusividade da negativa, o juiz pode ordenar que o plano de saúde forneça o medicamento em um prazo curtíssimo, geralmente em poucos dias.
Análise de valor: o investimento que protege sua saúde
A preocupação com os custos de um processo é legítima, mas precisa ser colocada em perspectiva.
Frente a um custo de tratamento de centenas de milhares de reais, o investimento em uma assessoria jurídica especializada para obter a liminar é uma fração mínima e incomparável desse valor.
Na prática, é o investimento que permite o acesso a um bem muito maior: a continuidade do seu tratamento, que será integralmente custeado pelo plano, como determina a lei e a decisão judicial.
Guia prático: o que fazer assim que receber o "não" do plano
Aja de forma rápida e organizada seguindo estes passos:
Exija a negativa formal por escrito: É seu direito ter o documento com a justificativa da recusa.
Peça ao seu médico um relatório clínico detalhado: O laudo deve explicar seu histórico, a importância e a urgência do tratamento com durvalumabe.
Separe todos os documentos relevantes: Carteirinha do plano, comprovantes de pagamento, exames e laudos médicos, e a própria negativa.
Procure uma advogada especialista em direito da saúde: A experiência de uma profissional da área é crucial para garantir a agilidade e o sucesso do seu pedido na justiça.
Conclusão
A terapia com durvalumabe (Imfinzi®) pode ser um ponto de virada no seu tratamento. Não permita que uma decisão administrativa ilegal do seu plano de saúde coloque sua saúde em risco. Você tem direitos e a lei está ao seu lado.
Se você ou um familiar teve o tratamento com Imfinzi® negado, tome uma atitude. Entre em contato conosco para uma análise completa do seu caso, sem compromisso.
Nossa especialidade é transformar negativas injustas em acesso garantido ao tratamento que você precisa e merece.
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(Disclaimer: Este artigo tem caráter informativo e não substitui uma consulta jurídica. Cada caso possui suas particularidades e deve ser analisado individualmente.)







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