1425892418651604
top of page

Plano de saúde negou olaparibe (Lynparza®)? Saiba como garantir seu tratamento, inclusive de manutenção.

  • Foto do escritor: Débora Carmo
    Débora Carmo
  • 26 de ago.
  • 5 min de leitura
olaparibe (Lynparza®)

Para pacientes com certos tipos de câncer, especialmente de ovário, mama, próstata e pâncreas associados a mutações genéticas como a BRCA, o olaparibe (Lynparza®) representa a vanguarda da medicina de precisão. Este não é apenas mais um medicamento, mas uma terapia-alvo inteligente, desenhada para atacar uma vulnerabilidade específica das células tumorais.


Seja como tratamento para uma doença em progressão ou, crucialmente, como terapia de manutenção após a quimioterapia para impedir que o câncer retorne, o Lynparza® é uma ferramenta poderosa. Por isso, ter o acesso a ele negado pelo plano de saúde é uma barreira frustrante e perigosa.


Se você recebeu essa negativa, saiba que esta não precisa ser a palavra final. A recusa do plano para o custeio do olaparibe é, na grande maioria das vezes, uma prática abusiva e ilegal, que pode ser revertida na justiça.


Este guia completo irá explicar seus direitos, desvendar as desculpas do plano e mostrar o caminho para garantir seu acesso a este tratamento revolucionário.


O que é o olaparibe e como ele age contra o câncer?


O olaparibe pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores da PARP. Para entender como ele funciona, podemos usar uma analogia simples. Imagine que as células do nosso corpo têm dois sistemas principais para reparar danos no seu DNA.


Agora, imagine uma célula de câncer que, por conta de uma mutação (como a BRCA1 ou BRCA2), já nasceu com um desses sistemas de reparo quebrado. Ela depende totalmente do segundo sistema (a via da PARP) para sobreviver.


O olaparibe age de forma inteligente: ele quebra justamente esse segundo sistema de reparo. O resultado é que a célula cancerígena, agora sem nenhuma forma de se consertar, entra em colapso e morre. É um ataque de alta precisão que poupa a maioria das células saudáveis do corpo.


As principais indicações do Lynparza®, aprovadas pela agência nacional de vigilância sanitária (ANVISA), incluem:


  • Câncer de Ovário: Usado tanto para tratar a doença recorrente quanto como terapia de manutenção em primeira linha ou após a quimioterapia, para aumentar o tempo livre de doença.

  • Câncer de Mama HER2-negativo metastático, com mutação no gene BRCA.

  • Câncer de Próstata metastático resistente à castração, com certas mutações genéticas.

  • Adenocarcinoma de Pâncreas metastático, com mutação no gene BRCA.


As negativas mais comuns para o Lynparza® e por que são ilegais


As justificativas do plano para negar o olaparibe focam em pontos específicos, mas igualmente frágeis do ponto de vista legal.


1. A principal barreira: negativa da terapia de manutenção


Muitos planos negam o olaparibe quando ele é prescrito como terapia de manutenção, ou seja, para ser usado após a quimioterapia com o objetivo de evitar ou atrasar a volta da doença. A alegação é que não se trata de um tratamento "ativo".


Por que essa justificativa é inválida? 


Essa é uma interpretação perigosa e equivocada. A terapia de manutenção é uma estratégia oncológica consolidada e baseada em evidências científicas robustas. Ela é parte integral e essencial do tratamento, visando aumentar a sobrevida e a qualidade de vida da paciente. Negá-la é o mesmo que interromper o cuidado e deixar a paciente desprotegida. A justiça reconhece a terapia de manutenção como uma etapa indispensável do tratamento.


2. Alegação de ser medicamento de uso oral/domiciliar


Por ser um comprimido de uso diário em casa, alguns planos podem tentar usar cláusulas contratuais antigas que excluem cobertura para medicamentos de uso domiciliar.


Por que essa justificativa é inválida? 


Essa desculpa é completamente ultrapassada. Desde 2014, a lei brasileira obriga expressamente os planos de saúde a cobrirem medicamentos antineoplásicos de uso oral. Portanto, negar o olaparibe por este motivo é uma afronta direta à legislação.


3. "Não consta no rol da ANS"


A tradicional recusa baseada na ausência do medicamento no rol da agência nacional de saúde suplementar (ANS) para uma indicação específica.


Por que essa justificativa é inválida? 


Como estabelecido pela lei 14.454/2022, o rol da ANS é exemplificativo. Ele lista o mínimo, não o máximo. Se o tratamento tem eficácia comprovada, registro na ANVISA e prescrição médica, a cobertura é um dever do plano.


O custo do tratamento e a obrigação legal do plano


O olaparibe é um medicamento de altíssimo custo. O valor mensal do tratamento pode facilmente ultrapassar os R$ 40.000,00. Ao longo de um ano, o custo se torna proibitivo para a esmagadora maioria dos brasileiros, o que torna a cobertura pelo plano de saúde não apenas um direito, mas a única forma de acesso.


O caminho da justiça: a liminar para acesso rápido ao tratamento


Para reverter a negativa de forma ágil, especialmente por se tratar de um medicamento de uso contínuo, o caminho mais eficaz é a ação judicial com pedido de liminar.


A liminar é uma decisão de urgência que o juiz pode conceder em poucos dias. Com base na prescrição médica que atesta a necessidade e a urgência do tratamento, o juiz pode obrigar o plano de saúde a fornecer imediatamente o medicamento, garantindo a continuidade do seu cuidado sem interrupções.


Vale a pena? O investimento na ação judicial vs. o custo do tratamento


Diante de um custo anual que pode chegar a meio milhão de reais, o investimento em uma assessoria jurídica especializada é uma fração mínima desse valor. É a ação necessária para destravar o acesso a um tratamento completo e contínuo, que será 100% custeado pelo seu plano de saúde, conforme determina a decisão judicial.


Guia prático: seus primeiros passos ao receber a negativa


Se o seu acesso ao olaparibe foi negado, aja rapidamente:


  1. Exija a negativa formal por escrito. O plano é obrigado a documentar o motivo da recusa.

  2. Peça ao seu médico um relatório clínico detalhado, justificando a escolha do Lynparza®, a importância da terapia (seja de manutenção ou não) e a urgência.

  3. Organize seus documentos: a negativa, o relatório médico, exames genéticos (como o do BRCA), carteirinha do plano e comprovantes de pagamento.

  4. Procure uma advogada especialista em direito da saúde, que conheça os argumentos específicos para combater as negativas de inibidores de PARP e de terapias de manutenção.


Conclusão


O tratamento com olaparibe (Lynparza®) é um direito seu, uma oportunidade de tratamento personalizado que a ciência moderna oferece. A negativa do plano, seja por se tratar de terapia de manutenção ou por ser de uso oral, é uma barreira ilegal que não deve impedi-la de acessar o melhor cuidado disponível.


Se seu plano de saúde negou o Lynparza®, não aceite um "não" como resposta. Entre em contato conosco para uma análise completa e sem compromisso do seu caso.


Estamos aqui para lutar ao seu lado e garantir que seu direito à saúde seja plenamente respeitado.


Fale conosco no WhatsApp clicando no botão abaixo: 



(Disclaimer: Este artigo tem caráter informativo e não substitui uma consulta jurídica. Cada caso possui suas particularidades e deve ser analisado individualmente.)

Comentários


prazo para o plano de saúde autorizar cirurgia
  • Whatsapp
  • alt.text.label.Instagram
  • alt.text.label.Facebook

©Desde 2023 por Débora Carmo - Advocacia e Consultoria Jurídica. OAB/SP Nº 500.338 | Todos os direitos reservados. Esta página possui caráter exclusivamente informativo e educacional, em conformidade com o Código de Ética e Disciplina da OAB.

bottom of page